MMSocial
A+ A A-

Raquel Fernandes

Raquel Fernandes, Soprano

Natural de Braga, iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. Licenciada em Música, pelo Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, na área específica de Canto da classe do Prof. Dr. António Salgado e Música de Câmara com o Prof. Dr. António Chagas Rosa. Pós-Graduada em “Ópera e Estudos Músico-Teatrais” pela Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Porto (ESMAE).

Atualmente leciona as disciplinas de Canto e Coro no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. Frequenta o Mestrado em Ensino de Música da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto (ESMAE).

Frequentou masterclasses de Técnica Vocal com José Oliveira Lopes; João Henriques; Elisabete Matos; Enza Ferrari; Laura Sarti; Patricia MacMahon; António Salgado; Susan Waters; João Paulo dos Santos, Tha Li Chu, entre outros. Frequentou também vários cursos e seminários de Formação em Ensino e Prática Vocal na Fala e no Canto; Estratégias de Comunicação na História e na atualidade: Investigação em História, Estética e Sociologia da Ópera e Teatro Musical; Psicologia da Performance: Análise Músico-dramatúrgia e Teoria da Performance; O Espetáculo entre o Palco e o Ecrã; entre outros.

Fez parte do elenco de solistas da Missa Brevis em Ré menor de Mozart; Gloria de Vivaldi; Oratória de Natal de Camille Saint-Saens; Missa Brevis em Dó menor de Mozart; Stabat Mater de Pergolesi; Requiem de Mozart e Missa Santa Cecília de Gounod. Interpretou as personagens: Elsa do musical The Sound of Music de Richard Rodgers; Marian Paroo do musical The Music Man de Meredith Willson; Belinda da ópera Dido and Aeneas de Purcell; Molly da ópera Os três vinténs de Kurt Weill; Tasse Chinoise da ópera L’enfat et les Sortiléges de Ravel; Dama da ópera Flauta Magica de Mozart e Fairy da ópera The Fairy Queen de Henry Purcell. Fez parte do elenco coralista da ópera Amor de Perdição de João Arroyo; ópera Don Giovanni de Mozart e Fantasia Coral de Beethoven; 9ª Sinfonia de Beethoven; Requiem de Bhrams; Missa em Dó de Mozart e A Criação de Haydn.

Apresentou-se em várias Salas de Espetáculo e Teatros Nacionais, tais como, Auditório Adelina Caravana, Auditório Helena Sá e Costa; Auditório do Parque de Exposições de Braga; Teatro Municipal de Vila Real; Casa das Artes de Arcos de Valdevez; Teatro Municipal de Bragança; Centro Cultural Vila Flor; Casa das Artes de Famalicão; Coliseu do Porto; Sala Teresa Macedo; Auditório do Conservatório de Música de Aveiro; Auditório do DECA; Teatro Helena Sá e Costa; Teatro Aveirense; Teatro Circo; Teatro Municipal de Vila do Conde; entre outros.

Trabalhou com os seguintes Encenadores e Maestros: Manuela Ferreira; Marta Fernandes; Marcos Barbosa; Claudia Marisa; António Durães; Sara Erlingsdotter; Peter Konwitscnhy e António Baptista; Antonio Lourenço; Pedro Teixeira; Ferreira Lobo; Artur Pinho; António Saiote; Bruno Martins; João Paulo Fernandes; Vitor Matos; Carlos Pereira; e José Marques.

Estilhaços

Surgido em 2004, na sequência de um convite para uma das Quintas de Leitura – o nome das sessões mensais com que o Teatro do Campo Alegre, no Porto, homenageia a poesia e os poetas –, “Estilhaços” nasceu como espetáculo de spoken word em que Adolfo Luxúria Canibal lia textos e poemas do seu livro homónimo, acompanhado ao piano e outros teclados por António Rafael. O formato deu origem à gravação do primeiro disco do projeto, homónimo, editado em 2006 pela Transporte de Animais Vivos. Posteriormente, mantendo as mesmas características, passou a contar com a participação de Henrique Fernandes (contrabaixo) e depois de Jorge Coelho (guitarra). Prosseguindo apresentações regulares, o coletivo foi renovando o reportório, acrescentando novos textos e poemas aos inicialmente interpretados. Em 2010, convidados para uma sessão de homenagem a Mário Cesariny, passam a incluir, a par dos escritos de Adolfo Luxúria Canibal, poemas do poeta surrealista, configuração que constituiria a base para nova digressão e para a gravação de um novo disco, “Estilhaços e Cesariny”, editado pela Assírio & Alvim no final de 2011. Em 2013 apresentam novo espetáculo, baseado nos textos de Adolfo Luxúria Canibal inspirados pelos livros de ilustração da coleção “O Filme da Minha Vida”, o que daria origem ao registo de mais um disco, “Estilhaços Cinemáticos”, editado pela Cobra no início de 2014.

Clique para ler a biografia completa

Formação
 
Adolfo Luxúria Canibal António Rafael Henrique Fernandes Jorge Coelho

Macadame

Macadame

Haverá sempre um quando e um onde para começar um novo grupo: uma cidade, como Coimbra, um ano qualquer, como 2010 ou 2011, ou um encontro entre cinco pessoas e uma ambição comum. 
Os Macadame começaram onde começa uma mesa comprida de madeira, em horas e horas passadas a ouvir outra gente cantar, tocar, ouvir e contar a música que depois fizeram sua. Então, quatro rapazes e uma rapariga, de formações tão diferentes, acabaram por se encontrar no gosto pela música tradicional. Um gosto que cresceu até se transformar numa espécie de paixão inquebrantável, daquelas que revolvem os sentidos e fazem ver as coisas de que gostamos como ninguém as vê.

Talvez por isso mesmo pareça que os Macadame não procuram reinventar a música tradicional, prestar-lhe uma homenagem criativa, enérgica ou reverente. Parece, antes, que ao ouvi-los conseguimos ouvir a mesma música que nos é familiar, mas contada por quem adquiriu aquele jeito enlevado de a ouvir e mostrar: sem pó nem maquilhagem, sem rugas nem artifícios, sem mais do que o filtro fino da experiência de quem a ouve como a ouve, e assim mesmo a pretende partilhar.

Quando se estrearam em Coimbra, em 2011, os Macadame deram a conhecer a sua particular abordagem à música popular portuguesa: uma abordagem marcada pelo convívio animado entre a eletrónica e os temas populares, entre os instrumentos elétricos e os tradicionais, e em que diversas influências confluem para a criação de um universo muito próprio e envolvente.

Estreia

Quando se estrearam em Coimbra, em 2011, os Macadame deram a conhecer a sua particular abordagem à música popular portuguesa: uma abordagem marcada pelo convívio animado entre a eletrónica e os temas populares, entre os instrumentos elétricos e os tradicionais, e em que diversas influências confluem para a criação de um universo muito próprio e envolvente.

Foi nesse universo que surgiu Pão Quente e Bacalhau Cru, o álbum de estreia da banda que ao longo dos últimos anos realizou diversos concertos e marcou presença em Guimarães – Capital Europeia da Cultura (2012).

 

Ligações

Macadame

Serenata ao Fado

Serenata ao FadoSerenata ao Fado

Apoiado pela Reitoria da Universidade do Minho e pela Associação de Antigos Estudantes da mesma universidade, o Grupo de Fados e Serenatas cumpriu com êxito o espectáculo «Serenata ao Fado» no pretérito dia 12 de Abril, no Theatro Circo, com casa cheia.

As individualidades e os grupos convidados corresponderam em presença a uma iniciativa cuja organização há muito se impunha e cujos resultados serão repercutidos no futuro. Braga assistiu a um espectáculo de memórias e de promessas, promovido com generosidade e com entusiasmo e vivido com elevado nível de adesão.

Braga mereceu e merecia este espetáculo, até porque é uma cidade onde vivem alguns tocadores de guitarra e alguns intérpretes de apurada técnica e longo historial.

O Fado de Coimbra foi a menina dos olhos de toda a gente, foi o género musical em ação, foi o estilo de vida em palco. O país ainda se revê nestes códigos ou sistemas culturais de produção musical, não só por eles terem muitos anos de formação e de desempenho, mas sobretudo por eles espelharem modos de vida e filosofias da arte que asseguram a vitalidade cultural de largos setores sociais, especialmente a juventude universitária. O Fado enquanto género musical assume, no nosso país, duas representações distintas, quer na execução técnica, quer na inspiração temática, que se enquistaram na identificação de Fado de Lisboa e Fado de Coimbra, dando, inclusive, justificação ao fabrico diferenciado das guitarras e à sua afinação e técnica de execução.

Foi bom e bonito e proveitoso termos estado em presença de grupos intérpretes e criadores do Fado de Coimbra, alguns deles mais do que herdeiros de uma tradição de tocar e cantar o fado, na medida em que não só a repetem como a transformam e recriam e projetam. Foi pena a ausência de Almeida Santos, mas a sua carta de justificação potenciou os factores das memórias e da história desta modalidade musical.

Serenata ao Fado - Vista Geral de Palco
O fado de Coimbra estriba-se numa história da música portuguesa a partir de alguns argumentos que se mantêm dinâmicos: resulta de uma tradição de cantar e tocar a guitarra que se «opõe», em técnica, em ritmo e em temáticas, ao fado de Lisboa; mantém viva a dinâmica da palavra sobre a do ritmo, apurando a técnica vocal a partir dos modelos de formação erudita; estrutura-se numa técnica de execução da guitarra que concilia inventividade melódica e de acompanhamento, dando importância pessoal e de grupo ao desempenho de «variações» ou peças instrumentais, criações de autor.
O programa do espetáculo teve as preocupações de mostrar uma carta bem recheada de fatos musicais, alguns na linha da tradição pura e dura, outros já com linhas evolutivas e tendências experimentais. O público teve a oportunidade de verificar que se respeita um cânone de tradição e que esse cânone mexe, move-se. Em suma, o programa quis mostrar que é bom que os velhos e os jovens aprendam e repitam, é bom que recriem e criem, é bom que respeitem e que se atrevam.
O Grupo Presença de Coimbra (constituído por Manuel Borralho, um mestre com escola já em Braga, e José Ferraz – guitarras – Manuel Gouveia – viola – e Jorge Cravo – voz) fez a abertura do espetáculo e deixou bem patente a sua dinâmica de renovação e procura de novos caminhos, quer em termos de escolha poética, quer em termos de construção formal. A fuga ao lugar comum e ao modelo mais simples requereu um elevado desempenho técnico e um aproveitamento das potencialidades instrumentais aos intérpretes, que se mostraram à altura, mas que teriam beneficiado com um melhor equilíbrio da ampliação sonora.

O Grupo Serenata de Coimbra juntou algumas individualidades que marcaram a história do fado, quer como intérpretes, quer como compositores, com destaque, naturalmente, para Luís Goes, sem desprimor para os outros. Nas guitarras, a presença de João Moura, outro mestre que fez já escola em Braga, e Alexandre Bateiras, trouxeram a técnica de execução instrumental mais intensiva, ao estilo Carlos Paredes, os intérpretes foram uma variada escolha de timbres e de posturas, mas Luís Goes aproveitou bem a oportunidade de mostrar essa linha já consagrada do Fado de Coimbra como canção de intervenção cívica, a aproximar-se de formas mais eruditas ou mais exigentes, até quando parecem simples e já estão no ouvido de todos.

Serenata ao Fado - Capa

Memórias de José Afonso e de Adriano e de Luís Goes foram trazidas ao palco para confirmarem uma história de marcos evolutivos no Fado de Coimbra, nesse lastro comum que se fez a partir de canções populares das Beiras e a partir de canções de protesto e de intervenção, com a consagração das variações instrumentais, demonstrações de técnica e de composição. Toda uma história mostrada num coletivo de vozes, o Coro de Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, com o piano, as guitarras e as violas, numa harmonização potenciadora dos impactos melódicos, ora na voz dos intérpretes singulares, ora nas intervenções corais, com momentos divertidos de composição naturalista como aquele composto de assobios, vozes de aves e sons de rua. Toda a criatividade está ao alcance dos intérpretes, é bom não esquecer, e todos têm a ganhar com a imaginação livre dos sons e das suas funções.

Por último, os grupos da cidade. Primeiro, o Grupo de Fados de Antigos Estudantes das Universidades de Coimbra, Porto e Minho, onde as guitarras de Domingos Mateus e de Luís Cerqueira e a viola de Luís Veloso se alcandoraram a um notável desempenho, e onde as vozes, na sua diversidade de timbres e de empenhos, demonstraram os prazeres da variedade, mas onde Napoleão Amorim se expôs com toda a sonoridade intacta dos seus primeiros anos e ao mais já conta 84, confirmando essa característica peculiar destes eventos: mostrar em idade avançada a vitalidade de registos sonoros que marcaram a juventude.

Depois, o Grupo de Fados e Serenatas da UM: os jovens que asseguram a atual formação estiveram impacientemente no seu melhor, acusaram o toque da responsabilidade, mas demonstraram o essencial: aprenderam bem com os mestres, interiorizaram os cânones da tradição, agora predispõem-se a enfrentar o futuro sem complexos formais. Todo o caminho de criatividade os espera, todo o caminho de identidade os há-de julgar, todos os caminho de facilidade os poderão trair.

Uma palavra de louvor ao trabalho de mobilização levado a cabo pelo Jaime Leite, uma figura incontornável no movimento associativo e neste desenvolvimento do Fado de Coimbra em terras de Bracara Augusta, esta cidade que não deve pôr de parte a ideia de contribuir para um «fado» seu, tantas são as suas peculiaridades de influência.

Apoios Bobina Studio

Facebook Música e Músicos
Canal Youtube - Música e Músicos